sábado, 20 de dezembro de 2008

O Tarot e o Amor

Reaprendendo a arte de amar

Este primeiro arcano representa a síntese de seu momento afetivo. Uma carta que serve como prévia dos principais aspectos que cercam a questão. Descubra nesta posição o potencial básico do que perguntou.

O 8 de Ouros emerge do Tarot como significante central de sua questão afetiva, sugerindo que você está num momento em que retorna à posição de aprendiz do amor, o que pode significar alguém que surge para lhe ensinar muitas coisas novas ou mesmo situações variadas que podem lhe fazer crescer como ser humano, aprendendo lições importantes no que diz respeito ao tema “relacionamentos”. O que fica evidente no 8 de Ouros é uma atitude de dedicação e de esforço com boa vontade a fim de resolver sua vida afetiva. O Tarot pressagia entusiasmo na direção de coisas novas, ou mesmo de renovação de uma relação já existente. O momento é de reciclar e de se dispor a rever suas próprias posições.

O 8 de Ouros pode sugerir, sobre a sua relação, um momento de reciclagem psicológica para ambos, em que vocês exercem um papel transformador mutuamente. Um processo de desenvolvimento da capacidade de amar é disparado por intermédio dele. Ainda que este arcano não seja por si só uma garantia de triunfo, ao menos sugere um bom intercâmbio de almas.


segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Tarot & Kabalah on internet

Attributes Of Sephiroths Associated With Your Sun Sign

Tarot Cards Associated With Sephiroths :- The Sixes

This is the time to make the best of new opportunities. Happiness may be brought to the present from the past. Too much of overindulgence about the pats may not be good. This may be the beginning of a new relationship.

Tiphereth

Tiphereth occupies the 6th position in the Tree of Life and the sphere is associated with Beauty. Tiphereth represents our inner self - our soul. It reveals the inner meaning of our lives and also tells us about the purposes of our life, our ideals and objectives. The sephira reflects our goals, our success, our achievements and also our outer self that we present to the world and is ruled over by the Guardian angel

Raphael. Speaking from an astrological perspective, the position occupied by the Tiphereth is ruled over by the planet Sun, the planet that symbolizes power and vitality. The energy of Tiphereth can be used in projecting the positive aspects of our personality.

About Your Archangel

Raphael is the angel of journey to the heavens. Raphael is also known as the 'Healing Angel.' He is the one who is assigned by God to guide us in our pilgrimage and help us to seek the real treasure - the ultimate happiness, which God has, is store for us. The name Raphael means - the 'Divine Healer.' This angel has the power to give us joy, happiness, creativity and the most important of all things - love.

Sphere Sign

Position In Tree Of Life

Planetary Ruler

Tiphereth

6th

Sun

Archangel

Lucky Day

Color

Raphael

Sunday

Gold or Yellow

Wood

Keyword

Metal

Laurel

Beauty, Equilibirum

Gold

Tarot Cards Associated With Sephiroths :-The Eights

You may wish to abandon your current path in life. You may be disappointed in love. You need to let go of the past and move on. There may be some disappointment.

Hod

Hod occupies the 8th position in the Tree of Life and it is the sphere that is associated with splendor. Hod represents the worldly and materialistic matters of life such as business, career, cultural and the artistic endeavors, and also denotes as to how these specific areas are being enhanced and approached. The sephira reflects our thought procedures, our communication skills, and the way we perceive the aura

surrounding us; it clearly signifies the theoretical aspects of our life and is ruled over by the archangel Michael. Speaking from an astrological perspective, the position occupied by the Hod is ruled over by the planet Mercury which in turn influences our thought processes and how we communicate with others. The energy of Hod can be used to determine how to control our thought processes and acting accordingly.

About Your Archangel

Michael is the angel for the month of September and his name means 'He who is like God.' Michael is known as the angel who grounded Lucifer and his band of followers during the fight between mankind and the Gods. This angel is associated with all kind of miracles that involves the Almighty. He is also known as the 'Angel of Repentance.' Truth, patience, affection and love are the four things, which are inspired by this angel of September.

Sphere Sign

Position In Tree Of Life

Planetary Ruler

Hod

8th

Mercury

Archangel

Lucky Day

Color

Micheal

Wednesday

Purple, Brown

Wood

Keyword

Metal

Hazelwood

Splendour, Truthfulness, Communication

Mercury/ Quicksilver



Attributes Of The Path Associated with Your Sun Sign

Path Of Ayin

This is the path of practicality. The path offers success, but success can be attained through patience, faith, hard work and persistence. Sincerity is the keyword of this path and your deeds and actions are of paramount importance. Talents should be used up in serving others and lies and manipulation should be avoided at all cost. This is the path of truth, wisdom and faith.

Tarot Cards Associated With The Path :- The Devil

Your dark side may be trying to take over your good side. Do no give in to materialistic decisions that may spoil your life. Give up habits that are doing you harm. There may be an unexpected failure or loss; you may feel frustrated and oppressed.

Hebrew Letter

Location

Tarot Correspondence

Ayin, which means eye

Connecting path between Tiphereth and Hod

The Devil

Corresponding Planet

Yetsiratic Attribution

Color

Element

Saturn

Renovating intelligence

Black

Earth



More About Your Sun Sign

Path Associated With Your Sun Sign :- Path Of Ayin

Capricorn

You want to achieve a lot in life. You have the ability to create a rags-to-riches kind of story. You are virtuous and clever. People think of you to be cold and unemotional. But the truth is you do not believe in public display of feelings. You love being independent and self-sufficient. You are conservative by nature and not at all spontaneous. You are not frightened by obstacles and can fight them without any fear. You do not care to listen to others' advice because of your stubborn nature. Suspicion is inborn to you and this may lead to problems. You can be mean and unscrupulous. Your selfish and crafty nature may not be taken well at times. You are hardworking and intelligent. You do not waste money if possible.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Será? Será? Será?

Foi bom te ver de novo aqui
A gente tinha mesmo
Tanta razão pra seguir
Fora o som dessa guitarra
A voz sempre rouca
E o coração na mão
Surpresa certa te encontrar
A tua onda pega bem
Mesmo em qualquer lugar
Até na esquina do pecado
O que for da vida não nos deterá
Nós somos feitos um pro outro, pode crer
Por isso é que eu estou aqui
E não há lógica que faça desandar
O que o acaso decidir
Tanta certeza no olhar
Tamanha pressa de chegar
A nenhum lugar
Só pra ter a sensação
De que a vida passa assim como um tufão
Nós fomos feitos um pro outro, pode crer
Por isso é que eu estou aqui
E não há lógica que faça desandar
O que o acaso decidir...

(Um pro outro - Lulu Santos)

terça-feira, 7 de outubro de 2008

A quoi ça sert l'amour ? Edith Piaf (Tradução)

Pra que serve o amor?
A gente conta todos os dias
Incessantemente histórias
Sobre a que serve amar?

O amor não se explica
É uma coisa assim
Que vem não se sabe de onde
E te pega de uma vez

Eu, eu escutei dizer
Que o amor faz sofrer
Que o amor faz chorar
Pra que se serve amar?

O amor, serve pra que?
Para nos dar alegria
com lágrimas nos olhos
É uma triste maravilha

No entanto, dizem sempre
Que o amor decepciona
Que há um dos dois
Que nunca está contente

Mesmo quando o perdemos
O amor que conhecemos
Nos deixa um gosto de mel
O amor é eterno

Tudo isso é muito lindo
Mas quando acaba
Não lhe resta nada
Além de uma enorme dor

Tudo agora
Que lhe parece "rasgável"
Amanhã, será para você
Uma lembrança de alegria

Em resumo, eu entendi
Que sem amor na vida
Sem essas alegrias, essas dores
Nós vivemos para nada

Mas sim, me escute
Cada vez mais eu acredito
E eu acreditarei pra sempre
Que é pra isso que serve o amor

Mas você, você é o último
Mas você, você é o primeiro
Antes de você não havia nada
Com você eu estou bem

Era você quem eu queria
Era de você que eu precisava
Eu te amarei pra sempre
É pra isso que serve o amor.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Comigo - Zeca Baleiro

Quando o sol se vai a lua amarela
Fica colada no céu, cheio de estrela
Se essa lua fosse minha
Ninguém chegava perto dela
A não ser eu e você
Ah, eu pagava prá ver
Nós dois no cavalo de ogum
Nós juntos parecendo um
Na lua, na rua, na nasa, em casa
Brasa da boca de um dragão...

Você vai comigo aonde eu for
Você vai bem, se vem comigo
Serei teu amigo e teu bem
Fica bem, mais fica só comigo...

terça-feira, 30 de setembro de 2008

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Estatísticas

Elas não mentem jamais...

Se bem que... "há sempre uma pequena chance do impossível rolar...".

Homenagem

QUASE NADA

De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho

Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo

Noite alta que revele
Um passeio pela pele
Dia claro madrugada
De nós dois não sei mais nada

De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei

Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho

Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso

Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo

Se tudo passa como se explica
O amor que fica nessa parada
Amor que chega sem dar aviso
Não é preciso saber mais nada

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Que tipo de amante você é?

Your result for The Lover Style Profile Test...

The Suave Lover


Based on the results of this test, it is highly likely that:



You prefer your romance and love to be traditional rather than daring or out-of-the-ordinary, you would rather pursue than be pursued and, when it comes to physical love, you concentrate more on enjoying the experience rather than worrying about your performance.



This places you in the Lover Style of: The Suave Lover.



The Suave Lover is a wonderful Lover Style, and is reminiscent of some of the most classic lover figures of all time, such as Casanova or Don Juan, or more recently James Bond (several of the "Bond girls" fit this type, too). This shouldn't be confused with a "player" or someone who is solely interested in physical love, but someone who is looking for an incredibly elusive thing: a worthy partner. The Suave Lover is a treasure to find, but can be incredibly difficult to hold on to, once found.



In terms of physical love, the Suave Lover can sometimes be surprisingly tender. Given the right setting, and the right lover, the Suave Lover can be a delight in bed.



Best Compatibility can probably be found with: The Devoted Lover (most of all) or the Romantic Lover, or the Liberated Lover.



Congratulations!



Thanks Again! -- THE LOVER STYLE PROFILE TEST

Take The Lover Style Profile Test at HelloQuizzy

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Que tipo de amante você é?

Your result for The Teste Estilo de Amante Test...

Amante Clássico(a)

11 foco no parceiro, 10 agressividade, 8 espírito de aventura


Com base no resultado deste teste, é altamente provável que:


Você prefere que seus romances e amores sejam mais tradicionais do que desafiadores e fora do padrão, prefere ser abordado(a) a ter que chegar em alguém e, no que se refere à parte física, se concentra mais em aproveitar a experiência do que em se preocupar com sua performance.


Isso faz com que você seja classificado como: O(a) Amante Clássico(a).


O(a) Amante Clássico(a) é um tipo maravilhoso de amante, e é o mais próximo das imagens clássicas de princesas presas em torres, ou do cavaleiro romântico e cortês, ou do herói/heroína dos filmes da Disney. O(a) Amante Clássico(a) é um tesouro a ser encontrado, embora às vezes seja difícil acha-lo(a) porque ele(a) tende a ser tímido(a) e/ou difícil de conquistar.


Em relação ao amor físico, o(a) Amante Clássico(a), novamente, pode ser tímido(a), e frequentemente precisa de muito mais segurança emocional do que os outros tipos de amantes para se sentir confortável. Mas nas condições certas, e com a pessoa certa, o(a) Amante Clássico(a) pode ser uma delícia na cama.


A melhor compatibilidade se dá com: O(a) Amante Romântico(a) (principalmente), ou ainda O(a) Amante Devotado(a), ou O(a) Amante Liberal.


Parabéns!

Take The Teste Estilo de Amante Test at HelloQuizzy

sexta-feira, 25 de julho de 2008

As Dez Perfeições (Paramis)

Se é difícil vencermos as oito procupações mundanas, bem que poderíamos tentar, ao menos, realçar as nossas perfeições. Treine.

Ouça a palestra do homem mais feliz do mundo: Matthieu Ricard:

sábado, 19 de julho de 2008

O Teste das Cores

Como você opera, age, frente aos seus objetivos e desejos:
Quer causar impressão favorável e ser considerado personalidade importante. Por isso, esta constantemente alerta para ver se esta obtendo êxito nisso, e como os outros estão reagindo a ele; isto o faz sentir que esta na direção. Usa táticas inteligentemente para obter influência e reconhecimento especial. E Suscetível ao que e estético ou original.

Busca seus objetivos com intensidade e tem firmeza em seus propósitos. Quer superar os obstáculos que enfrenta e alcançar reconhecimento e prestígio especiais pelo seu sucesso.

Suas preferências reais:
Está relativamente inativo e em condição estática, ao mesmo tempo que um conflito, de um ou outro tipo, impede a paz de espírito. É incapaz de conseguir relações, do grau desejado, de afeto e compreensão mútuos.

Faça o Teste!
É imaginativo e sensível; procurar expandir essas qualidades - especialmente na companhia de alguém de alguém igualmente sensível. O interesse e o entusiasmo são facilmente despertados pelo incomum e pela aventura.

Sua situação real:
É emocionalmente inibido. Sente-se forçado a transigir, o que lhe dificulta a formação de uma ligação emocional estável.

As circunstâncias são restritivas e obstrutivas, obrigando-o temporariamente a abrir mão de todas as alegrias e prazeres.

O que você quer evitar:
Interpretação fisiológica: Tensão resultante do esforço para ocultar preocupação e ansiedade sob um manto de autoconfiança e despreocupação . Interpretação psicológica: A situação atual é desagradável. Sente-se solitário e inseguro, já que tem uma necessidade insatisfeita de se aliar a outros cujos padrões sejam tão elevados quanto os seus, e quer sobressair acima do comum. Esta sensação de isolamento exagera a necessidade, transformando-a num impulso irresistível, ainda mais perturbador para sua auto-suficiência devido ao controle que normalmente se impõe. Como quer demonstrar a qualidade singular do seu próprio caráter, tenta esconder a falta que sente da presença de outras pessoas e finge uma atitude de despreocupada autoconfiança para ocultar seu medo de desajustes, tratando com desprezo os que criticam seu comportamento. Todavia, debaixo dessa aparência de indiferença, realmente anseia pela aprovação e estima dos outros. Em suma: Desapontamento aparentando indiferença.

Interpretação fisiológica: Tensão resultante da supressão de desejos físicos ou sexuais e de atenção insuficiente às necessidades corporais. Interpretação psicológica: A situação atual é desagradável. Tem uma necessidade insatisfeita de aliar-se a outros cujos padrões sejam tão elevados quanto os seus e de sobressair acima do comum. O controle dos instintos sexuais restringe sua capacidade de se entregar, mas o isolamento resultante torna imperiosa essa entrega e necessário unir-se com outra pessoa. Isto o perturba, já qua tais instintos são considerados fraquezas a ser superadas; acha que somente pelo comedimento continuo é que pode esperar manter sua atitude de superioridade individual. Quer ser amado ou admirado apenas por si mesmo; precisa de atenção , de consideração e da estima dos outros. Em suma: Exige estima como um individuo excepcional.

Seu problema real:
Precisa ser apreciado e respeitado como individuo excepcional para estimular seu amor-próprio e a sensação de valor pessoal. Resiste à mediocridade e impõe elevados padrões a si mesmo.

O medo que o impeçam de alcançar o que deseja leva-o a desempenhar seu papel com intensidade urgente e febril.

Faça o Teste!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Bosque

Busquei para enterrar de novo
uma raiz da árvore defunta:
e me parecia que no ar
aquela cabeleira dura
era a dor do que é passageiro
e quando coloquei na terra
estremeceu como se fosse a mão
e outra vez, talvez, esta vez,
voltou a viver com as raízes.

Eu sou desse povo perdido
embaixo do sino do mundo:
eu não necessito dos olhos
a sede determina a pátria
e a água cega que me nutre.

Então, do bosque já liberto
extraí o bem desenterrado
pela tempestade ou a idade:
olhei para cima e pra dentro
como se tudo me espreitasse:
não podia me sentir só,
o bosque contava comigo
para seus trabalhos profundos.

E quando cavei me miraram
os cotilédones com olhos,
os epitétalos hipóginos,
as drupas de íntimo contato,
as emigrantes avez açores,
os notófagos inclementes.

Examinavam a quietude
das minhas mãos ferruginosas
que cavavam de novo a cova
para raízes ressuscitadas.

O narciso, mais o tremoceiro
empinavam-se sobre o barro
até as folhas e nos olhos
do raulí que me examinava,
do maitén puro e estremecido
com suas grinaldas de água verde:
aquele irresponsável silêncio
como um mordomo que é vazio
sem ferramenta nem linguagem.

Ninguém sabe que profissão
de obstinado nas raízes
entre os elementos que rangem
e os que silvam mais repentinos,
e quando os girassóis, homógamos
constroem seus cubos genésicos
e toda a selva vaginal
é uma adega perfumada,
e vou e venho salpicando
umas constelações de pólen
no silêncio tão poderoso.

Pablo Neruda

domingo, 13 de julho de 2008

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Fragmentos do Pensamento Filosófico de Fernando Pessoa

O meu olhar é nítido como um girassol
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,

E eu sei dar por isto muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras..
Sinto-me nascido a cada momento

Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentido...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é
Mas porque a amo, e amo-a por isto,
Porque quem ama nunca sabe o que ama

Nem sabe porque ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...

V

Há metafísica bastante em não pensar em nada.
O que penso eu do Mundo?
Sei lá o que penso do Mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso.
Que idéia tenho eu das coisas?
Que opinião tenho eu sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do Mundo?
Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos
E não pensar. É correr as cortinas
Da minha janela (mas ela não tem cortinas).

O mistério das coisas? Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o Sol
E a pensar muitas coisas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o Sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do Sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do Sol não sabe o que faz
E por isto não erra e é comum e é boa.

Metafísica? Que metafísica tem aquelas árvores?
A de serem verdes e copadas e de terem ramos
E a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz pensar
A nós que não sabemos dar por elas.
Mas que melhor metafísica que a delas,
Que é a de não saber para que vivem
Nem saber o que não sabem?

"Constituição íntima das coisas"...
"Sentido íntimo do Universo"...
Tudo isto é falso, tudo isto não quer dizer nada.
É incrível que se possa pensar em uma coisa dessas.
É como pensar em razões e fins
Quando o começo da manhã está raiando e pelos lados das árvores
Um vago ouro lustroso vai perdendo a escuridão.

Pensar no sentido íntimo das coisas
É acrescentado, como pensar na saúde
Ou levar um copo à água das fontes.
O único sentido íntimo das coisas
É elas não terem sentido íntimo nenhum.

XX

O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêm em tudo o que lá não está,
A memória das naus.

O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.

Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso, porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.

Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.

O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.

XXIV

O que nós vemos das coisas são as coisas.
Porque veríamos nós uma coisa se houvesse outra?
Porque é que ver e ouvir seria iludirmo-nos
Se ver e ouvir são ver e ouvir?

O essencial é saber ver,
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se vê,
E nem pensar quando se vê,
Nem ver quando se pensa.

Mas isso (triste de nós que trazemos a alma vestida!),
Isso exige um estudo profundo,
Uma aprendizagem de desaprender
E uma sequestração na liberdade daquele convento
De que os poetas dizem que as estrelas são as freiras eternas
E as flores as penitentes convites de um só dia,
Mas onde afinal as estrelas não são senão estrelas
Nem as flores senão flores,
Sendo por isso que lhes chamamos estrelas e flores.

XXVI

Às vezes em dias de luz perfeita e exacta,
Em que as coisas têm toda a realidade que podem ter,
Pergunto a mim próprio devagar
Porque sequer atribuo eu
Beleza às coisas.
Uma flor acaso tem beleza?
Tem beleza acaso um fruto?
Não: tem cor e forma
E existência apenas.
A beleza é o nome de qualquer coisa que não existe
Que dou às coisas em troca do agrado que me dão.
Não significa nada.
Então porque digo eu das coisas: são belas?

Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver,
Invisíveis, vêm ter comigo as mentiras dos homens
Perante as coisas,
Perante as coisas que simplesmente existem.
Que difícil ser próprio e não ver senão o visível!

XXVIII

Li hoje quase duas páginas
Do livro dum poeta místico,
E rí como quem tem chorado muito.

Os poetas místicos são filósofos doentes,
E os filósofos são homens doidos.
Porque os poetas místicos dizem que as flores sentem
E dizem que as pedras têm alma
E que os rios têm êxtases ao luar.
Mas as flores se sentissem, não eram flores,
Eram gente;
E se as pedras tivessem alma, eram coisas vivas, [não eram pedras;
E se os rios tivessem êxtases ao luar,
Os rios seriam homens doentes.

É preciso não saber o que são flores e pedras e rios
Para falar dos sentimentos deles.
Falar da alma das pedras, das flores, dos rios,
É falar de sí próprio e dos seus falsos pensamentos.
Graças a Deus que as pedras são só pedras,
E que os rios não são senão rios,
E que as flores são apenas flores.

Por mim, escrevo a prosa dos meus versos
E fico contente,
Porque sei que compreendo a Natureza por fora;
E não a compreendo por dentro
Porque a Natureza não tem dentro;
Senão não era a Natureza.

XXXI

Se à vezes digo que as flores sorriem
E se eu disser que os rios cantam,
Não é porque eu julgue que há sorrisos nas flores
E cantos no correr dos rios...
É porque assim faço mais sentir aos homens falsos
A existência verdadeiramente real das flores e dos rios.

Porque escrevo para eles me lerem sacrifico-me às vezes
À sua estupidez de sentidos...
Não concordo comigo mas absolvo-me,
Porque só sou essa coisa séria, um intérprete da Natureza,
Porque há homens que não percebem a sua linguagem,
Por ela não ser linguagem nenhuma.

XXXV

O luar através dos altos ramos,
Dizem os poetas todos que ele é mais
Que o luar através dos altos ramos.

Mas para mim, que não sei o que penso,
O que o luar através dos altos ramos
É, além de ser
O luar através dos altos ramos,
É não ser mais
Que o luar através dos altos ramos.

XXXIX

O mistério das coisas, onde está ele?
Onde está ele que não aparece
Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?
Que sabe o rio e que sabe a árvore
E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?
Sempre que olho para as coisas e penso no que os homens pensam delas,
Rio como um regato que soa fresco numa pedra.
Porque o único sentido oculto das coisas
É elas não terem sentido oculto nenhum,
É mais estranho do que todas as estranhezas
E do que os sonhos de todos os poetas
E os pensamentos de todos os filósofos,
Que as coisas sejam realmente o que parecem ser
E não haja nada que compreender.

Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos:
As coisas não tem significação: têm existência.
As coisas são o único sentido oculto das coisas.

XL

Passa uma borboleta por diante de mim
E pela primeira vez no Universo eu reparo
Que as borboletas não têm cor nem movimento,
Assim como as flores não tem perfume nem cor.
A cor é que tem cor nas asas da borboleta,
No movimento da borboleta o movimento é que se move.
O perfume é que tem perfume no perfume da flor.
A borboleta é apenas borboleta
A flor é apenas flor.

XLV

Um renque de árvores lá longe, lá para a encosta.
Mas o que é um renque de árvores? Há árvores apenas.
Renque e o plural de árvores não são coisas, são nomes.

Tristes das almas humanas, que põem tudo em ordem,
Que traçam linhas de coisa a coisa,
Que põem letreiros com nomes nas árvores absolutamente reais,
E desenham paralelos de latitude e longitude
Sobre a própria terra inocente e mais verde e florida do que isso!

XLVII

Num dia excessivamente nítido,
Dia em que dava a vontade de ter trabalhado muito
Para nele não trabalhar nada,
Entrevi, como uma estrada por entre as árvores,
O que talvez seja o Grande Segredo,
Aquele Grande Mistério de que os poetas falsos falam.

Vi que não há Natureza,
Que a Natureza não existe,
Que há montes, vales, planícies,
Que há árvores, flores, ervas,
Que há rios e pedras,
Mas que não há um todo a que isso pertença,
Que um conjunto real e verdadeiro
É uma doença das nossas idéias.
A Natureza é partes sem um todo.
Isto é talvez o tal mistério de que falam.
Foi isto que sem pensar nem parar,
Acertei que devia ser a verdade
Que todos andam a achar e que não acham,
E que só eu, porque a não fui achar, achei.

XLVIII

Da mais alta janela da minha casa
Com um lenço branco digo adeus
Aos meus versos que partem para a humanidade
E não estou alegre nem triste.
Este é o destino dos versos.
Escrevi-os e devo mostrá-los a todos
Porque não posso fazer o contrário
Como a flor não pode esconder a cor,
Nem o rio esconder que corre,
Nem a árvore esconder que dá fruto.

Ei-los que vão já longe como que na diligência
E eu sem querer sinto pena
Como uma dor no corpo.
Quem sabe quem os lerá?
Quem sabe a que mãos irão?
Flor, colheu-me o meu destino para os olhos.
Árvore, arrancaram-me os frutos para as bocas.
Rio, o destino da minha água era não ficar em mim.
Submeto-me e sinto-me quase alegre,
Quase alegre como quem se cansa de estar triste.
Ide, ide, de mim!
Passa a árvore e fica dispersa pela Natureza.
Murcha a flor e o seu pó dura sempre.
Corre o rio e entra no mar e a sua água é sempre a que foi sua.
Passo e fico como o Universo.

XLIX

Meto-me para dentro, e fecho a janela.
Trazem o candeeiro e dão as boas-noites.
E a minha voz contente dá as boas-noites.
Oxalá a minha vida seja sempre isto:
O dia cheio de sol, ou suave de chuva,
Ou tempestuoso como se acabasse o Mundo,
A tarde suave e os ranchos que passam
Fitados com interesse da janela,
O último olhar amigo dado ao sossego das árvores,
E depois, fechada a janela, o candeeiro aceso,
Sem ler nada, sem pensar em nada, nem dormir,
Sentir a vida correr por mim como um rio por seu leito.
E lá fora um grande silêncio como um deus que dorme.


POEMAS INCONJUNTOS

Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse.
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.

Tu, místico, vês uma significação em todas as coisas.
Para ti tudo tem um sentido velado.
Há uma coisa oculta em cada coisa que vês.
O que vês, vê-lo sempre para veres outra coisa.

Para mim, graças a ter olhos só para ver,
Eu vejo ausência de significação em todas as coisas;
Vejo-o e amo-me, porque ser uma coisa é não significar nada.
Ser uma coisa é não ser susceptível de interpretação.

A espantosa realidade das coisas
É a minha descoberta de todos os dias.
Cada coisa é o que é,
E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta.

Basta existir para se ser completo.
Tenho escrito bastantes poemas.
Hei-de escrever muitos mais, naturalmente.
Cada poema meu diz isto,
E todos os meus poemas são diferentes,
Porque cada coisa que há é uma maneira de dizer isto.

Às vezes ponho-me a olhar para uma pedra.
Não me ponho a pensar se ela sente.
Não me perco a chamar-lhe minha irmã.
Mas gosto dela por ser uma pedra,
Gosto dela porque ela não sente nada,
Gosto dela porque ela não tem parentesco nenhum comigo.

Outras vezes oiço passar o vento,
E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido.
Eu não sei o que é que os outros pensarão lendo isto;
Mas acho que isto deve estar bem porque o penso sem esforço,
Nem ideia de outras pessoas a ouvir-me pensar;
Porque o penso sem pensamentos,
Porque o digo como as minhas palavras o dizem.

Uma vez chamaram-me poeta materialista,
E eu admirei-me, porque não julgava
Que se me pudesse chamar qualquer coisa.
Eu nem sequer sou poeta: vejo.
Se o que escrevo tem valor, não sou eu que o tenho:
O valor está ali, nos meus versos.
Tudo isso é absolutamente independente da minha vontade.


* * *

Quando tornar a vir a Primavera
Talvez já não me encontre no mundo.
Gostava agora de poder julgar que a Primavera é gente
Para poder supor que ela choraria,
Vendo que perdera seu único amigo.
Mas a Primavera nem sequer é uma coisa:
É uma maneira de dizer.
Nem mesmo as flores tornam, ou as folhas verdes.
Há novas flores, novas folhas verdes.
Há outros dias suaves.
Nada torna, nada se repete, porque tudo é real.

Vive, dizes, no presente;
Vive só no presente.
Mas eu não quero o presente, quero a realidade;
Quero as coisas que existem, não o tempo que as mede.

O que é o presente?
É uma coisa relativa ao passado e ao futuro.
É uma coisa que existe em virtude de outras coisas existirem.
Eu quero só a realidade, as coisas sem presente.
Não quero incluir o tempo no meu esquema.
Não quero pensar nas coisas como presentes;
quero pensar nelas como coisas.
Não quero separá-las de si-próprias, tratando-as por presentes.
Eu nem por reais as devia tratar.
Eu não as devia tratar por nada.

Eu devia vê-las, apenas vê-las;
Vê-las até não poder pensar nelas,
Vê-las sem tempo, nem espaço,
Ver podendo dispensar tudo menos o que se vê.
É esta a ciência de ver, que não é nenhuma.


* * *

A morte é a curva da estrada,
Morrer é só não ser visto.
Se escuto, eu te oiço a passada
Existir como eu existo.
A terra é feita de céu.
A mentira não tem ninho.
Nunca ninguém se perdeu.
Tudo é verdade e caminho.

Alberto Caeiro